“Acabamos de oficiar o Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos, o Governador do Maranhão e seu Secretário de Segurança Pública. É inconcebível um acontecimento desses. Se uma PM mata seus próprios membros pela sua sexualidade, nos preocupa, e muito, o que faz essa PM com os civis. E não podemos ficar inertes frente à nenhuma dessas violências”, diz a parlamentar.
Confira a íntegra da publicação:
Há menos de uma semana, morreu o Policial Carlos Bahia dos Santos no Maranhão.
Homossexual, ele denunciou outros PMs por homofobia, TORTURA e invasão da sua residência, quando outros PMs o levaram preso sem justificativa.
Após isso, e a inação das autoridades competentes, Carlos tentou tirar sua própria vida e foi parar na UTI, na qual, 13 dias depois, veio a falecer.
Nós, Deputadas Federais @Hilton_Erika, @DudaSalabert e @DaianaSantosPOA, junto do Senador @ContaratoSenado, acabamos de oficiar o Ministério da Justiça, dos Direitos Humanos, o Governador do Maranhão e seu Secretário de Segurança Pública.
É inconcebível um acontecimento desses. Se uma PM mata seus próprios membros pela sua sexualidade, nos preocupa, e muito, o que faz essa PM com os civis. E não podemos ficar inertes frente à nenhuma dessas violências.
Toda nossa solidariedade aos familiares e amigos de Carlos Bahia dos Santos.
O caso
O soldado José Carlos Bahia, 31, havia tentado suicídio no último dia 29 de julho após denunciar ter sido vítima de agressão e homofobia por parte de colegas militares de Açailândia (MA).
Eles estava internado no hospital Carlos Macieira, em São Luís, e morreu no último dia 10 deste mês. Segundo as entidades que acompanham o caso, o militar teve duas paradas cardíacas durante a madrugada e terminou morrendo.
“Depressão não é frescura”, escreveu o soldado em uma mensagem endereçada ao seu superior pouco antes da tentativa de suicídio. “Diga também a ele que o seu pedido de perdão não deve ser direcionado a Deus, mas sim às suas vítimas. Fui esquecido pelos meus irmãos.”
O relato do PM
O PM denunciou em junho que foi vítima de homofobia e agressão praticadas por colegas militares superiores. E afirmou que não houve resposta efetiva do comando para protegê-lo, segundo o boletim de ocorrência.
O soldado relatou que teve a casa invadida por integrantes do 26º Batalhão da PM e foi detido, entre a noite do dia 26 e a madrugada de 27 de junho. Conforme o relato, os militares chegaram em uma viatura com a sirene ligada por volta das 23h30.
José Carlos afirma que seus colegas PMs disseram que ele estava preso porque havia abandonado o posto de serviço. O soldado explicou que deixou o batalhão (como fez outro colega) porque o local estava abrigando outros militares e servidores do Ibama, e que por isso não haveria local para alojar a todos.
Ele conta que foi arrastado e levado para fora de casa, quando estava apenas de toalha. Mesmo não tendo reagido, a agressão deixou o braço do militar com hematomas.
A casa de José Carlos foi inteiramente revistada, momento em que ele ouviu ofensas homofóbicas. Um policial que estava na equipe disse que ele teria deixado o trabalho porque estava indo ao encontro de seu companheiro ou “de outro macho”.
Segundo a defesa, o soldado já vinha sofrendo “uma série de abusos e assédio moral” antes de ter a casa invadida. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Maranhão. (Gilberto Lima)
Postar um comentário