Investigação da Polícia Federal expõe pressão de Fábio Gentil e articulação de Daniella em contratos da Pilares do Saber




Segundo investigação da Polícia Federal sobre os contratos da Pilares do Saber em Caxias/MA, uma fala relacionando ao então prefeito Fábio Gentil ganhou destaque como exemplo da sua atuação direta nas negociações. Em um áudio transcrito no relatório, um interlocutor afirma: “o Fabio já exigiu que quer esse material na segunda-feira aqui ó… por isso que tô te ligando… te dando uma pressãozinha aí… não é por mim, é porque o Fabio que tá exigindo”.

Essa frase, segundo os investigadores, mostra que o prefeito não apenas autorizava contratos, mas participava ativamente da cobrança de entregas, pressionando para que o material chegasse a Caxias em prazos imediatos. O tom da fala, reproduzido por um aliado de Hugo Fabiano Menezes, tio da deputada Daniella, reforça a ideia de que Gentil acompanhava de perto a execução dos acordos e usava sua autoridade para acelerar processos vinculados à Pilares do Saber.

A presença do prefeito em conversas e áudios se soma às evidências de contratos milionários firmados pela sua gestão com a empresa, que já somavam mais de R$ 2 milhões em projetos pedagógicos. Mas, no entendimento da Polícia Federal, a engrenagem não funcionava apenas pela pressão de Gentil. No paralelo, a deputada Daniella surgia como a peça política que indicava cidades, acionava prefeitos e cobrava percentuais dos contratos. Mensagens mostram que ela era quem definia as prefeituras a serem abordadas e que tinha “a última palavra” sobre a divisão das porcentagens.

Esse arranjo é detalhado nos áudios em que se discutem os percentuais: “30 de Caxias” e “25 de Santa Inês”. Os investigadores interpretam que Daniella queria nivelar os percentuais, exigindo a diferença que faltava, enquanto Fábio Gentil, de dentro da prefeitura, pressionava por entregas e garantias de execução.

O trecho revela, portanto, o funcionamento da engrenagem: Daniella usava sua influência política para abrir portas e cobrar a sua parte, Hugo intermediava, Almir fornecia, e Gentil pressionava pela execução dos contratos. Juntos, eles davam sustentação ao que a PF aponta como um esquema de desvio de recursos públicos destinados à educação.

No último dia 19 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lei do Retorno, cumprindo 45 mandados de busca e apreensão nas cidades de Caxias, São Luís, São José do Ribamar, Buriti Bravo, Presidente Dutra, Joselândia, no Maranhão, e em Teresina, no Piauí, contra investigados suspeitos de desviar mais de R$ 50 milhões do Fundeb por meio de fraudes em licitações e contratos municipais, esquema que teria funcionado entre 2021 e 2025.

A Folha do Maranhão procurou os citados na matéria, mas até o momento nenhum deles se pronunciaram sobre o teor dos áudios e das conclusões da Polícia Federal.

FONTE: FOLHA  DO  MARANHÃO .COM.BR 

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