Mais uma vez, a violência no interior do Maranhão impõe luto à segurança pública. O delegado da Polícia Civil, Márcio Mendes Silveira, foi morto a tiros na manhã desta quinta-feira (10) durante uma operação no município de São João do Sóter, a cerca de 70 km de Teresina. A ação também resultou em dois policiais feridos, um saldo trágico para uma operação que, teoricamente, deveria representar apenas o cumprimento de uma ordem judicial.
De acordo com a Polícia Civil, o alvo da operação era Leandro da Silva Sousa, suspeito de envolvimento em atividades criminosas. Segundo as primeiras informações, a equipe de policiais, lotada em Caxias, foi recebida a tiros ao chegar ao endereço do suspeito. No intenso confronto, o delegado foi atingido e não resistiu. Os outros dois agentes baleados foram socorridos, mas ainda não há detalhes atualizados sobre o estado de saúde deles.
Mais do que uma tragédia isolada, o caso expõe a fragilidade do aparato policial no interior do estado. Falta estrutura, inteligência operacional e, muitas vezes, suporte básico para o cumprimento de mandados de alto risco como esse. É justo questionar: os agentes estavam devidamente equipados? Havia informações suficientes sobre o grau de periculosidade do suspeito? Houve erro de avaliação por parte da cúpula de segurança?
Márcio Mendes era um profissional respeitado, experiente, e sua morte em pleno exercício da função levanta um alerta grave: o combate ao crime no Maranhão não pode continuar sendo tratado com improviso e heroísmo isolado. É preciso planejamento, investimento real em segurança, valorização dos agentes e, sobretudo, respeito à vida de quem está na linha de frente.
O suspeito, apontado como autor dos disparos, segue foragido, e a caçada policial continua. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas o silêncio, neste momento, apenas reforça a sensação de descaso institucional.
A perda do delegado Márcio Mendes não pode cair no esquecimento ou ser tratada como mais uma estatística. É hora de exigir respostas, revisar protocolos e proteger quem arrisca tudo para manter a ordem em um estado cada vez mais sufocado pela criminalidade. Do Blog Adonias Soares
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