247 – A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denĂșncia contra o ministro das ComunicaçÔes, Juscelino Filho (UniĂŁo Brasil), por suspeitas de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares, destaca o jornal O Globo. As acusaçÔes referem-se ao perĂodo em que ele exercia o mandato de deputado federal.
Cabe agora ao STF decidir se aceita a denĂșncia e torna o ministro rĂ©u. O relator do caso Ă© o ministro FlĂĄvio Dino. Esta Ă© a primeira denĂșncia da PGR contra um integrante do primeiro escalĂŁo do governo Lula neste novo mandato.
A investigação tem como foco a destinação de recursos pĂșblicos para obras de pavimentação em Vitorino Freire (MA), cidade administrada Ă Ă©poca pela irmĂŁ do ministro, Luanna Rezende. Ela chegou a ser afastada do cargo durante o avanço das apuraçÔes, mas reassumiu a função por decisĂŁo do prĂłprio STF.
O ministro Juscelino Filho foi formalmente indiciado pela PolĂcia Federal em junho de 2023 pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao comentar o indiciamento, ele classificou a ação como “polĂtica” e negou qualquer envolvimento em irregularidades. Segundo sua nota oficial, “apenas indicou emendas parlamentares para custear obras”, ressaltando que “a licitação, realização e fiscalização dessas obras sĂŁo de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais ĂłrgĂŁos competentes”.
Ainda de acordo com sua defesa, “a investigação revira fatos antigos e que sequer sĂŁo de minha responsabilidade enquanto parlamentar”. Para o ministro, o indiciamento se baseia em uma apuração “que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquĂ©rito”.
Dentro do governo, a denĂșncia Ă© vista com preocupação. Auxiliares prĂłximos avaliam que, caso a acusação avance, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) poderĂĄ se ver pressionado a afastar Juscelino para conter danos polĂticos.
Em declaraçÔes feitas no inĂcio de 2024, Lula demonstrou cautela ao lidar com o caso, afirmando que o ministro teria o direito de se defender. No entanto, foi claro sobre as consequĂȘncias de uma denĂșncia formal: “O que eu disse para ele: sĂł vocĂȘ sabe a verdade. Se o procurador indiciar (denunciar), vocĂȘ sabe que tem que mudar de posição. Enquanto nĂŁo houver indiciamento (denĂșncia), ele fica como ministro. Se houver indiciamento (denĂșncia), ele serĂĄ afastado.
Do Blog Adonias soares
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