Mal começou o novo mandato em Passagem Franca e o prefeito Francisco Menezes de Sousa, conhecido como Chicão, já está no centro de uma polêmica. Com apenas três dias à frente da administração municipal, a repercussão nas redes sociais e entre a população é grande, após a revelação de que o gestor nomeou uma série de familiares para ocupar cargos estratégicos no governo. Entre os indicados estão o filho Francisco Menezes Sousa Júnior, que assumiu a Secretaria de Administração; a irmã Márcia Menezes Sousa, nomeada para a Educação; o tio Francisco de Sousa Júnior, à frente da pasta de Finanças; e a prima Glenda Quirino, que deverá assumir a Secretaria de Meio Ambiente.
A surpresa se intensifica diante do fato de que Chicão, durante a campanha, prometeu uma gestão transparente e republicana, com foco em profissionais qualificados. No entanto, a escolha de parentes para cargos próximos ao gabinete contradiz esse discurso, frustrando quem acreditou em suas promessas eleitorais.
Além das críticas populares, o caso levanta questões jurídicas. Segundo a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), a prática de nepotismo é proibida nas esferas federal, estadual e municipal, salvo em situações específicas em que o cargo técnico exija uma qualificação única que apenas o familiar nomeado possua. O fato de Chicão ter evitado anunciar o nome do filho e do tio antes da posse também gerou estranheza, levando muitos a questionarem se a estratégia foi pensada para evitar questionamentos jurídicos ou políticos.
A grande pergunta que fica é: não existem profissionais qualificados na cidade fora do círculo familiar do prefeito? O cenário sugere o contrário. Chicão, que ganhou fama na cidade como "Chicão das Parabólicas", parece, em poucos dias de governo, já ter dado o primeiro sinal de incoerência entre o discurso e a prática. A população, que ainda aguardava por uma administração comprometida com o bem público, se vê diante de mais um exemplo de práticas pouco republicanas.
A decepção toma conta, e os passagenses agora se perguntam: qual será o próximo ato desta gestão que mal começou e já está sob a mira das críticas e, possivelmente, das autoridades?
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