Familiares de maranhense morta em acidente de ônibus no DF pedem justiça: 'não tinha assistência da empresa

Os familiares da maranhense Maria Eliete Gomes da Silva, de 57 anos, uma das cinco pessoas que morreram após um ônibus de turismo tombar na BR-070, no Distrito Federal, pedem justiça.

“Ela não merecia morrer do jeito que morreu. Quero justiça”, afirma Simar Coelho, marido da vítima.

O sobrinho de Eliete, Patrick Henrique, relata ter percebido algo de errado logo no ponto de embarque, pois a empresa responsável pelo veículo, segundo ele, oferecia nenhuma assistência aos clientes.

“A gente viu que tava errado. Não tinha assistência da empresa. A gente não sabe como ela comprou essa passagem, com que ela comprou. A gente só sabe que o preço da passagem foi de R$ 250”, relata Patrick.

Além de Maria Elisete, que era natural de Barra do Corda, outros dois maranhenses morreram no acidente em Ceilândia:

* João Freire de Sousa, de 57 anos, natural de Coroatá;

* Maria de Deus Fernandes Crateus, de 64 anos, natural de Caxias.

Durante o percurso, o ônibus passou por três postos da PRF no Maranhão - em Caxias, Barra do Corda e Porto Franco. No entanto, somente no Distrito Federal o veículo foi barrado.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a corporação e fiscais da agência constataram que o transporte de passageiros estava sendo feito de forma clandestina.

Em seguida, o veículo seria escoltado até o terminal rodoviário de Taguatinga, onde os passageiros seguiram viagem por linha regular, sob responsabilidade da empresa infratora. No entanto, segundo a ANTT, o motorista do ônibus tentou fugir pela BR-070, causando o acidente.

Ainda segundo a ANTT, além do veículo não ter autorização para transportar passageiros, ele estava sem seguro e com pneus carecas. No ônibus estavam 32 passageiros e dois motoristas. Cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) decidiu manter, nesta segunda, a prisão do motorista e do dono da empresa responsável pelo ônibus. Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos, e o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, são pai e filho, e foram presos em flagrante ainda no sábado.

Os dois passaram por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira e o TJDFT converteu as prisões para preventivas. Segundo a Polícia Civil, os dois devem responder por homicídio qualificado e lesão corporal.

Na decisão desta segunda, a juíza Bruna de Abreu afirmou que a prisão é necessária porque os dois suspeitos já demonstraram o desejo de fuga, que a propósito, segundo a juíza, foi o motivo do acidente.

Na sentença, a juíza cita o total desrespeito à autoridade estatal que já escoltava o ônibus e "em manifesto desprezo à vida humana", Felipe e Alexandre "assumiram o risco de ocasionar o sério acidente", "tudo isso para fugir de uma simples autuação administrativa".

Inicialmente, a defesa dos investigados informou que não iria se manifestar, mas, no início da noite desta segunda negou que o motorista tenha fugido da escolta e afirmou que suspendeu temporariamente todas atividades, incluindo viagens programadas e expediente da empresa, enquanto aguarda decisões da Justiça.

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