Os quilombolas que vivem na comunidade Jacarezinho, na zona rural de São João do Sóter, denunciam que sofrem ameaças de jagunços contratados por fazendeiros para garantir extração ilegal de madeira na região.
Os moradores vivem sob medo e tensão em razão do conflito por terra. Na área, com cerca de seis mil hectares, moram 80 famílias distribuídas em quatro comunidades.
Segundo os quilombolas, as ameaças aumentaram após a morte do líder Edvaldo Pereira Rocha, de 52 anos, em abril de 2022. Ele foi executado com seis tiros quando esperava uma carona em um comércio às margens da MA-127.
Edvaldo há anos vinha lutando pela titulação do Quilombo Jacarezinho. Meses antes do seu assassinato, ele já recebia ameaças de latifundiários.
“Latifundiário veio com ameaças dizendo que tava vindo com autorização judicial para entrar na área e fazer o desmatamento”, disse Edvaldo em um vídeo gravado antes de sua morte.
Mais de um ano depois, nenhum suspeito do crime está preso.
“A luta continua, mas o medo é intenso. Porque já fizeram isso com ele [Edvaldo]”, disse um dos moradores do quilombo, que não quis se identificar.
A viúva de Edvaldo, Maria da Cruz Sousa, pede por justiça.
“O assassino continua solto. A gente continua correndo o mesmo risco”, disse Maria da Cruz.
À TV Mirante, a Polícia Civil informou que o inquérito que apura a morte de Edvaldo foi concluído e enviado para a Justiça. O suspeito foi preso após o crime, e solto dias depois.
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